segunda-feira, 27 de junho de 2016

Arquivo Diocesano, da cidade de Goiás, é recuperado com recursos do PAC Cidades Históricas

Na próxima quinta-feira, 30 de junho, a comunidade de Goiás recebe mais uma obra totalmente recuperada: a Diocese e a instalação Arquivo Diocesano Dom Tomás Balduíno. A cerimônia de entrega, marcada para as 18h30 no próprio imóvel, contará com a presença do governador de Goiás, Marconi Perillo, do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, acompanhada pelo diretor do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida, pela superintendente do Iphan-GO, Salma Saddi, e pela prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos.
 
Com recursos do Programa foram investidos R$ 1,33 milhão nas obras de restauração do arquivo. O projeto incluiu a reestruturação do espaço externo para abrigar as instalações de um novo centro de pesquisa para a comunidade e também contextualizou o imóvel em seu ambiente urbano, evidenciando sua contemporaneidade. Desse modo, foram efetivadas ações como o posicionamento de um novo bloco, afastado do muro limite e próximo do edifício central, e a criação de acessos diferenciados para o público externo e interno.
 
Entre os arquivos da Diocese constam documentos de valor histórico como batismos, casamentos e óbitos dos séculos XVIII, XIX e XX, disponíveis para consulta pública. Com as obras, também fará parte do Arquivo Diocesano a documentação relativa ao bispado de Dom Tomás Balduíno, incluindo arquivos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra. Este acervo encontra-se atualmente no Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC), da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás. Já catalogado e higienizado nas condições ideais, o acervo será transferido às novas instalações da Diocese de Goiás e também será aberto à consulta pública. 
 
O imóvel da Diocese está inserido no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da cidade de Goiás, tombada pelo Iphan em 1978. Foi ainda em 1932, que a antiga Prelazia de Sant’Ana recebeu das autoridades eclesiásticas a elevação ao status de arquidiocese e sede metropolitana. Com a transferência da capital do Estado para Goiânia, a Arquidiocese foi extinta, passando então à Diocese de Santana de Goiás, pertencente à província eclesiástica de Goiânia. 
 
PAC Cidades Históricas 
O PAC Cidades Históricas está sendo implantado em 44 cidades de 20 estados da federação. O investimento em obras de restauração é de R$ 1,6 bilhão, destinado a 425 obras de restauração de edifícios e espaços públicos. Em Goiás já foram entregues duas obras: o Casarão da Escola de Artes Veiga Valle e a Ponte da Cambaúba. Atualmente mais três obras estão em andamento na cidade, a restauração do Mercado Municipal, o Cine Teatro São Joaquim e a sede da Prefeitura Municipal. 

Serviço:
Entrega das obras de requalificação da Diocese e instação do Arquivo Diocesano Dom Tomás Balduíno

Data: 30 de junho de 2016, às 18h30
Local: Diocese de Goiás - R. Joaquim Rodrigues, s/n, Cidade de Goiás – GO    

Mais informações para a imprensa:
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Fonte da Imagem: Site Iphan

Obras de restauração de Praças de Corumbá (MS) serão inauguradas

Os dias 29 de junho e 01 de julho serão de festa em Corumbá (MS). A comunidade poderá, novamente, usufruir das belezas das Praças da Independência e da República, que foram requalificadas pelo PAC Cidades Históricas e serão entregues para a população. A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-MS), Norma Daris, vai participar da inauguração das obras, que juntas, tiveram o investimento de mais de R$ 3 milhões. 
Os trabalhos tiveram início no ano passado e fazem parte do conjunto de 10 ações contempladas pelo PAC Cidades Históricas na cidade. A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destaca que as inaugurações integram o calendário de comemoração dos 80 anos do Instituto, e ressalta que as obras do PAC Cidades Históricas confirmam “o compromisso do Governo Federal em garantir aos brasileiros o acesso a esses espaços tão importantes para a memória de suas cidades. Mais que preservar a cultura, a memória nacional, as ações que acontecem em vários pontos do país proporcionam a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável”, conclui. 
A Praça da Independência data de 1917. É cercada por uma mureta de pedras, com colunas coroadas por capitéis pontiagudos, também em pedras, que marcam oito entradas, sendo uma em cada canto e mais quatro no meio, de cada lado da praça, protegidas por portões. É composta por jardins, lago artificial, pontes, coreto, esculturas, monumentos, peças históricas, parque infantil. Os canteiros estão parcialmente gramados, com indicação em planta de paisagismo. O investimento na requalificação foi de pouco mais de R$ 2 milhões.
Localizada na área de entorno do tombamento federal, com quase seis mil metros quadrados, a Praça da República foi construída em 1924. Antiga fortificação militar, foi palco da última batalha na Guerra da Tríplice Aliança, quando uma tropa brasileira vinda de Cuiabá, chefiada pelo tenente-coronel Antônio Maria Coelho, retomou o lugarejo expulsando os invasores paraguaios de Corumbá, em 13 de junho de 1867. A data marcou o início do processo de expulsão definitiva das tropas paraguaias do solo de Mato Grosso. O investimento na requalificação foi de pouco mais de R$ 1 milhão. 
PAC Cidades Históricas
O PAC Cidades Históricas está sendo implantado em 44 cidades de 20 estados da Federação. O investimento destinado a 425 obras de restauração de edifícios e espaços públicos é de R$ 1,6 bilhão. No município de Penedo, além do Montepio, já foram entregues o restauro do Círculo Operário (Escola de Santeiros) – responsável por preservar a antiga tradição da produção de santos na cidade alagoana – e da Biblioteca de Penedo. 
Serviço: 
Inauguração Praça da Independência: 
Data:
 29 de junho de 2016, às 17h
Inauguração da Praça da República:
Data:
 01 de julho de 2016, às 17h
Mais informações para a imprensa:
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Fonte da Imagem: Site Iphan

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Estância Santiago em Uruguaiana (RS) é tombada como Patrimônio Histórico

Na ultima segunda-feira (13), no Salão Nobre da Prefeitura de Uruguaiana, o Prefeito Luiz Augusto Schneider assinou o Decreto nº 374-2016, que “determina o tombamento da área das ruínas da Estância Jesuítica Santiago”.
Em 1657, os padres jesuítas da Redução de Japeju (R.A.) trouxeram 1000 cabeças de gado da Estância San Andrés (R.A.), transpondo o rio Uruguai no Passo do Aferidor e assentaram-nas numa coxilha junto ao arroio Puitã (BR), dando origem assim à Estância Santiago, cujo nome foi uma homenagem ao Santo Padroeiro de toda a Espanha.
A escolha do local deveu-se, além da proximidade das demais estâncias jesuíticas, à excelência das pastagens e a abundância de água, bem junto ao vau seguro e facilmente vadeável à cavalo (Aferidor), o que permitia cruzar as tropas sem transtornos, de uma banda a outra do rio.
A sua criação surgiu como uma necessidade de formação de um ponto de exploração econômica, em face da ausência de minerais, do comércio limitado, da ocorrência de secas e pragas nas plantações, das ameaças dos bandeirantes paulistas, mas, principalmente, serviu como fator de fixação dos Guarani nas reduções.
Pela importante posição estratégica, a Estância Santiago constituía também uma espécie de posto avançado para defesa e vigilância, localizada sobre uma coxilha que se destacava como posto de observação privilegiado, permitindo a intercomunicação entre os vários pontos de toda a região da Redução de Japeju, inclusive através de grandes fogueiras que se acendiam à noite, quando necessário.
Nas enormes mangueiras de pedra, construídas com o suor dos Guarani, a gadaria era amansada, loteada e marcada, antes de ser transferida para as demais estâncias e reduções.
A Estância teve as suas construções destruídas na metade da década de 80 (século 20), quando o proprietário do imóvel na época vendeu grande parte de suas pedras para outro produtor rural, conivente, construir uma barragem.
Da antiga Estância Santiago, localizada às margens da BR 472, km 50, em direção à Itaqui, restam ainda as ruínas da capela, três currais e um poço d’água (todo o conjunto em pedra-basalto).
A Estância San Javier, no atual Município de Porto Xavier-RS, fundada alguns meses antes da Estância Santiago (2ª), também em 1657, é considerada a mais antiga do Rio Grande do Sul.
Em 1983, quando as construções ainda estavam quase intactas, o historiador Raul Vurlod Pont solicitou junto ao Executivo o tombamento da Estância. Pont faleceu em 1998.
“Como gestor público, tenho a obrigação de proteger monumentos de valor histórico como a Estância Santiago” enfatizou o Prefeito Schneider. (GMPIR)

Fonte original da notícia: 3 Pátrias
Fonte da Imagem: do Site

terça-feira, 14 de junho de 2016

Patrimônio em ruínas: Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Piranga (MG), conta com a sorte para permanecer em pé

Um dos mais importantes e expressivos templos barrocos de Minas corre risco eminente. A estrutura está comprometida, telhado danificado e estado de deterioração está em avançado estágio e já compromete a obra. As pinturas internas, atribuídas ao Manuel da Costa Ataíde, mais conhecido como Mestre Ataíde, estão descaracterizando devido a infiltrações. A situação geral é comprometedora e intervenções urgentes são necessárias ao imóvel do século XVIII.
A Igreja de Bom Jesus do Matozinhos, situada no distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas e matas nativas. O local chama atenção pela rara beleza cultural, histórica e natural.
Preocupada com a degradação do patrimônio histórico, representantes da Secretaria Municipal de Cultura estiveram no final de fevereiro, em Belo Horizonte, com os técnicos IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) onde expuseram a situação da Igreja e entregaram um dossiê alertando sobre restauro urgente do exemplar barroco.
Segundo Kelly Dutra, que presta assessoria a prefeitura de Piranga na área cultural, a Igreja do Bacalhau é um bem tombado pelo IPHAN e desde a reunião a prefeitura aguarda um retorno. “Por ser um bem cujo tombamento é de responsabilidade do IPHAN (Federal), outros órgãos, tais como o Estado e a Prefeitura ficam limitados ao acompanhamento do IPHAN para quaisquer ações. Até mesmo a comunidade local, que poderia fazer alguma ação fica nessa limitação de ter um acompanhamento do IPHAN”, disse.
Segundo ela foi sugerido a contratação de um profissional para escorar as paredes da igreja, mas a iniciativa depende também de decisão e acompanhamento do IPHAN. Kelly explicou que as novas mudanças no Governo Federal também atrasam quaisquer ação, uma vez que mudam pessoas de lugar o que acaba acarretando uma alterações em toda a estrutura do órgão e na sua política de proteção ao patrimônio cultural. Ela contou que as lideranças comunitárias também alertam sobre a situação e estão bastante preocupados com o bem histórico.
Kelly disse a nossa reportagem que ainda não existe projeto de restauro. “Outro problema é o valor para restaurar a Igreja. Somente os projetos devem ficar na casa de R$1 milhão, por que envolve equipe multidisciplinar de profissionais muito especializados. Isso sem contar a execução. Esse é outro problema que precisa da ajuda do Governo Federal. As obras no forro têm indicativos de serem do Mestre Athayde, isso faz com que o restauro seja muito mais especifico e minucioso”, informou. Segundo ela, as obras de reforma e restauro podem passar de mais de R$ 15 milhões.
Enquanto as decisões não saem dos gabinetes o patrimônio histórico pede socorro e a Igreja de Bom Jesus de Matozinhos conta com a sorte para permanecer em pé!

A lenda de Bacalhau, romeiros e sua história
Implantado sobre uma colina e composto pela igreja e um conjunto de casas baixas destinadas a abrigar romeiros nas épocas de festas, numa disposição que segue a tradição arquitetônica das capelas portuguesas de peregrinação devotada ao Senhor Bom Jesus de Matozinhos. Assim pode ser descrito o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, construído no Distrito de Bacalhau.
A cidade de Piranga está localizada a 170 km de Belo Horizonte. É composta por dois distritos: Santo Antônio do Pirapetinga e Pinheiros Altos. Localizado a 12 km da cidade, o distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, mais conhecido como Bacalhau, fica na parte mais alta do município, cercado por inúmeras montanhas da Zona da Mata.
Para os apreciadores de roteiros religiososBacalhau é uma parada obrigatória. O distrito contempla inúmeras igrejas datadas do século XVII e XVIII, entre elas o Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos que foi tombado pelo IPHAN em 1996.
Entre 1ª a 15 agosto aconteceu o Jubileu de Bom Jesus de Matozinhos, tradição que chega a 205 anos e arrasta multidões de fieis ao lugarejo.

Curiosidade
Segundo uma lenda local, a capela foi construída após a descoberta da imagem do Senhor Morto, no sítio onde hoje se localiza a igreja. Por diversas vezes a população tentou guardá-la em outras igrejas da região, mas a imagem sempre voltava ao lugar em que apareceu pela primeira vez. Independente da lenda, o passeio é imperdível!

Fonte: http://defender.org.br/noticias/patrimonio-em-ruinas-igreja-de-bom-jesus-de-matozinhos-em-piranga-mg-conta-com-sorte-para-permanecer-em-pe/ 























Fonte das Imagens: do Site  

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Historiadora Kátia Bogéa é nomeada presidente do Iphan

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) será comandado por Kátia Bogéa, que atuou por mais de 30 anos na Superintendência do Instituto no Maranhão. A nomeação de Bogéa foi publicada na edição desta quarta-feira, 8 de junho, do Diário Oficial da União. Ela substitui a arquiteta Jurema Machado, que estava à frente do Iphan desde outubro de 2012.
Historiadora formada pela Universidade Federal do Maranhão, Kátia é especialista em historiografia nacional e regional. E como historiadora do Iphan realizou a pesquisa histórica para a instrução dos processos de tombamento da Casa das Minas, Fortaleza de Santo Antônio, Fábrica Santa Amélia, imagem sacra de São Bonifácio, e do Engenho Central de São Pedro em Pindaré Mirim, todos reconhecidos como patrimônio da nação.
Responsável pelo setor de Pesquisa e Documentação do Iphan coordenou vários projetos, a exemplo do Projeto de Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos do Ministério da Justiça em parceria com o Arquivo Nacional; integrou a equipe que realizou o Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados em 45 municípios maranhenses sobre arte sacra e arquitetura religiosa.
Até outubro do ano passado, atuava como superintendente na capital do Maranhão, São Luís. A cidade é considerada Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Durante sua gestão, o Centro Histórico da capital foi contemplado com obras do PAC Cidades Históricas. O investimento federal potencializou, na região, as ações do Iphan, cuja missão é preservar, divulgar e fiscalizar os bens culturais brasileiros, além de garantir a utilização desses bens pela atual e futuras gerações.
 Fonte original da notícia: IPHAN
Acervo IPHAN

Sucateados, prédios como o do Teatro Nacional se transformam em ruínas

Artistas tentam reagir, mas falta interesse de parte da sociedade em cobrar mudanças














O Governo do Distrito Federal é dono de 17 equipamentos culturais. Eles estão distribuídos pelas cidades e pelo Plano Piloto e deveriam ser espaços de proteção e fomento da diversidade cultural da capital. No entanto, boa parte deles agoniza. O Teatro Nacional, o Espaço Cultural Renato Russo e o Museu de Arte de Brasília (MAB) estão fechados. Este último, aliás, está em ruínas há quase 10 anos. Os que ainda mantêm as portas abertas têm problemas e, muitas vezes, operam de maneira precária. É o caso do Memorial dos Povos Indígenas, que lida com infiltrações, falta de climatização e iluminação natural que pode acelerar o processo de deterioração do acervo. Ou o Museu Vivo da Memória Candanga, cujas casas em madeira remanescentes dos primeiros anos de Brasília correm o risco de serem destruídas por cupins ou apodrecer. 
Este ano, o orçamento destinado à cultura no DF foi de R$ 159.806.621. O total corresponde a 0,38% do orçamento aprovado pela Câmara Legislativa para a cidade. É pouco para manter os 17 equipamentos culturais, mas é também um reflexo da situação nacional: raras vezes o Ministério da Cultura (MinC) chegou a atingir mais de 1% do orçamento federal. O resultado são museus às traças, teatros caindo aos pedaços e espaços culturais de portas fechadas. Cultura se cultiva com educação. Como esta última também sofre duros golpes no Brasil, a consequência é óbvia. No entanto, não se constrói identidade nem sociedade sem cultura. Ou até se constrói, mas o resultado costuma ser lamentável. Cultura é também um poderoso instrumento de inclusão social. E, num país como o Brasil, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tão deficiente, que o coloca em 75º lugar numa lista de 188 países, incluir jovens em situação de risco é vital. O Diversão&Arte diagnosticou a situação dos principais equipamentos da cidade e fez um mapa invertido: nem sempre as instituições prometidas aos turistas nos guias distribuídos pela cidade correspondem ao que prometem. Veja o estado dos locais que deveriam proteger o patrimônio cultural brasiliense:










O MAB, o Teatro Nacional e o Espaço Cultural Renato Russo estão fechados. Na UnB, o Teatro Helena Barcelos, projetado com uma tecnologia que permite um palco móvel, está interditado desde 2011. O Teatro da Faculdade Dulcina de Moraes oscila entre o fechamento e a revitalização. E, enquanto isso, a cultura perde espaço na cidade. A sociedade precisa se manifestar, destaca o multiartista Bené Fontelles, que se mostra desanimado ao constatar o desinteresse dos brasilienses na questão. “A raiz disso é a educação”, desabafa. Enquanto isso, na Câmara Legislativa, nenhum dos 24 distritais apresentou qualquer projeto que vise a preservação desses espaços ligados à cultura, como reconhece o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, deputado Reginaldo Veras (PDT). Veja abaixo o estado dos equipamentos culturais mais importantes de Brasília.

Teatro Nacional Claudio Santoro
A tradicional sala, um dos principais palcos e pontos de cultura da cidade, permanece fechada há mais de dois anos. O local foi interditado em 2014 e, desde então, artistas e produtores da cidade perderam o importante espaço que não encontra correspondente em iluminação, acústica e estrutura geral. O movimento Ocupa com arte, que acontece sempre no último sábado de cada mês, faz coro a outros atos e inciativas, na tentativa de manter firme a ideia de que o teatro precisa reabrir suas portas. O Teatro Nacional é um dos poucos locais em Brasília com estrutura para receber grandes espetáculos como óperas, balés e musicais e, com as portas fechadas, a cidade permanece mais distante do circuito nacional e internacional de produções culturais de grande porte. Negro Val, um dos criadores do movimento de ocupação do espaço afirma: “São fatos recorrentes na atualidade, as ocupações de espaços estatais como forma de protesto e manifesto. O nosso movimento começou em fevereiro deste ano, com um abraço simbólico. O que seria apenas um momento, se transformou na necessidade de ocupar mensalmente aquele lugar, com atividades artísticas de forma a chamar atenção das pessoas para o teatro”.

MAB
A doença crônica do Museu de Arte de Brasília (MAB) já se arrasta por quase uma década. Fechada em 2007, por recomendação do Ministério Público — as condições do prédio que abrigava o museu eram tão precárias que o acervo corria perigo —, a instituição seria uma pequena joia do Distrito Federal, caso não tivesse sido sucateada. A coleção de mais de 1.300 obras está guardada no Museu Nacional da República, mas o prédio que a abrigava, no Setor de Hotéis Norte, está em ruínas, em uma área na qual a especulação imobiliária corre solta.


Espaço Cultural Renato Russo
Em dezembro de 2013, a Agefis decidiu interditar o Espaço Cultural Renato Russo por falta de adequação às normas básicas de segurança. Foram 12 as notificações do órgão, que apontava problemas como deficiência na rede elétrica, infiltrações e falta de acessibilidade. O Renato Russo é o mais importante espaço cultural destinado aos jovens no Plano Piloto. Com salas de oficinas, dois auditórios, um teatro e duas galerias, o local já foi referência para formação de profissionais ligados à cultura e ponto de encontro entre adolescentes das mais variadas tribos. Inaugurado em 1993, o local já passou por algumas reformas, mas nunca chegou a ficar tanto tempo de portas fechadas. Segundo o secretário de Cultura, Guilherme Reis, a licitação para a reforma do espaço deve sair ainda neste semestre, mas a previsão já é resultado de um atraso.







Centro de dança
Inaugurado em 1995, o Centro de Dança é o único equipamento com obras iniciadas, avançadas e com data de conclusão prevista para novembro. Mas é também um espaço sofrido. O prédio pertencia à Petrobras e foi construído nos anos 1960 para servir de alojamento aos funcionários. No fim da década de 1970, com um laudo de comprometimento por conta de uma rachadura, foi objeto de troca com o GDF: a Petrobras cedeu o prédio e ganhou postos de gasolina, apesar de o prédio estar condenado.


Memorial dos Povos Indígenas
Projetado por Oscar Niemeyer em 1987 e inspirado na maloca redonda dos povos Yanomami, o Memorial dos Povos Indígenas já foi fechado algumas vezes, mas desde 1999 está com as portas abertas. Sem orçamento, funciona de forma precária, com deficiência de pessoal e comprometimento nas instalações. Há problemas de infiltração no teto, os filmes que protegem o acervo do sol estão desgastados, a climatização é inexistente e uma série de fendas naturais da arquitetura do prédio permitem a entrada de água quando há muita chuva. A coleção formada por 382 peças representativas de diversas etnias e doadas em 1997 pelos antropólogos Darcy e Bertha Ribeiro está em constante ameaça. O acervo precisa ser higienizado e catalogado, mas não há dinheiro para isso. 


Teatro Dulcina de Moraes
Eixo pulsante do Setor de Diversões Sul, o teatro da Faculdade Dulcina de Moraes luta pela retomada dos tempos áureos do local. O projeto Dulcina Vive, com expansão para o Conic, revitalizaria e transformaria novamente o local em espaço de encontro e criação, assim como ocorre em países desenvolvidos e civilizados.
Palco dos mais diversos estilos, gostos e gêneros, o Teatro do Dulcina já abrigou importantes nomes da cidade e há anos alunos, professores e produtores lutam pela reforma de sua estrutura precária. Coordenadora do projeto Dulcina Vive, Brunna Rosa conta que a atual movimentação cultural é resultado do esforço coletivo de artistas da cidade, que prezam por manter vivo o local.


Teatro Helena Barcelos 
Localizado dentro do departamento de artes cênicas da Universidade de Brasília, o teatro Helena Barcelos, que foi projetado para ser um diferencial na cidade, com palco móvel e possibilidade de diversos arranjos de plateia, permanece interditado desde 2011. Chefe do departamento desde 2015, a professora Nitza Tnenblat afirma que a ausência de um espaço adequado prejudica a formação profissional dos artistas que se formam no departamento. A artista afirma que existia um projeto de profissionalização, para que alunos graduados pudessem entrar em temporada no semestre seguinte ao da formatura. “A ideia do projeto era já colocar os artistas em contato com esse meio profissional. Além disso, a presença do nosso teatro amplia a comunicação e relação entre o meio acadêmico e a sociedade”, declara.