quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Edifício-sede do IAB em São Paulo é tombado pelo Iphan

CONSIDERADO UM DOS PRINCIPAIS REGISTROS DA ARQUITETURA MODERNA PAULISTA, O EDIFÍCIO SEDE DO IAB-SP FOI TOMBADO PELO CONSELHO CONSULTIVO DO IPHAN

Na última quarta-feira, dia 25 de novembro, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tombou o edifício sede do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo (IAB-SP). A decisão unânime foi realizada em reunião em Brasília. 
Para o presidente do IAB-SP, José Armênio de Brito Cruz, o tombamento é mais um importante passo no sentido da viabilização do restauro do edifício.
Além disso, o IAB destacou que “a motivação para o tombamento federal está respaldada em valores históricos, visto que o imóvel é representativo da trajetória e elemento de afirmação da arquitetura moderna brasileira, bem como da profissão de arquiteto, representada pelo papel desempenhado pelo IAB. Há também os valores artísticos do edifício, como bem de destaque da arquitetura moderna, já reconhecido no meio técnico e acadêmico.”
Em 1946, três anos após sua criação, o IAB-SP realizou concurso público nacional de arquitetura para a escolha do projeto de sua sede. O júri, composto por Oscar Niemeyer, Firmino Saldanha, Hélio Uchôa, Fernando Saturnino de Britto e Gregori Warchavchik, decidiu que as três equipes finalistas desenvolveriam o projeto definitivo em conjunto.
Construído entre 1947 e 1950, o edifício sede é assinado por Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar, Miguel Forte, Jacob Ruchti, Galiano Ciampaglia, Zenon Lotufo, Abelardo de Souza e Helio Duarte.
Segundo o IAB, a participação de arquitetos com diferentes formações revelou-se uma associação democrática dos projetos participantes do concurso, como um resumo da arquitetura paulista do período.
A edificação é marcada por sua estrutura independente, com planta livre que garante maior flexibilidade no manejo dos espaços. Além disso, por causa do Código de Construção da época, as fachadas dos dois últimos andares são recuadas e a laje do piso em balanço vai até o alinhamento do lote, permitindo a manutenção da leitura prismática, e tendo sido recuados apenas os caixilhos.
A sede do IAB-SP incorporou obras de arte ao longo dos anos, como o mural de autoria de Antônio Bandeira, no térreo, e do móbile intitulado Black Widow (Viúva Negra), de Alexander Calder, atualmente exposto na Tate Modern de Londres. Há ainda uma escultura atribuída a Bruno Giorgi, no escritório do instituto, no quarto andar, e um mural de Ubirajara Ribeiro no primeiro andar.
Também foram tombados, nesta reunião do Iphan, as estações telegráficas construídas pela Comissão Rondon em Vilhena e Ji-Paraná (RO); o conjunto arquitetônico, paisagístico e acervo de bens móveis do Terreiro Omo Ilê Aboula, em Salvador; e os remanescentes do antigo Teatro de Cultura Artística, em São Paulo.


Fotos: divulgação / Rafael Schimdt

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