sábado, 30 de agosto de 2014

Iphan abre licitação para restauro do Forte São Marcelo

Uma empresa especializada em elaboração de projetos será escolhida para executar a obra de requalificação do Forte São Marcelo. O edital da licitação, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 29.
Os interessados devem enviar as propostas para a Comissão Especial de Licitação no dia 8 de outubro, às 9h30, na sede do Iphan (Rua Visconde de Itaparica, 8 - Barroquinha).
Antes do envio, as empresas devem agendar uma visita técnica à edificação pelo e-mail coordenacao.pac2@gmail.com ou pelo telefone 71 3266-0686.
A vencedora da licitação - contratada pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) - vai executar a obra para a reconstituição das fundações, estabilização da estrutura, recuperação e conservação dos ambientes no Forte. As obras serão realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. O prazo máximo da obra é de 12 meses. 
O Forte São Marcelo, um dos principais cartões postais do Estado, está fechado para visitação em função das condições estruturais precárias. Em 2011, a Justiça Federal determinou a desocupação e a reintegração de posse ao Iphan, que passou a ser responsável pelo patrimônio tombado.







Forte localizado na Baía de Todos-os-Santos está fechado à visitação

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Vídeo mostra construção do One World Trade Center, em NY

PROJETO DO SOM, NOVO ARRANHA-CÉU CONTA COM 100 PAVIMENTOS, PASSANDO A SER O EDIFÍCIO MAIS ALTO DOS ESTADOS UNIDOS

O processo de construção do One World Trade Center em Nova York acaba de ganhar um vídeo em stop motion, que reúne mais de 30 mil fotografias, registradas ao longo de três anos. Projeto do escritório local Skidmore, Owings & Merrill, o arranha-céu começou a ser construído em 2006 e a expectativa é que a inauguração oficial aconteça no primeiro trimestre de 2015.
A captura de imagens dos 4617 dias de obras, bem como a edição do vídeo, foram realizadas pelo fotógrafo Benjamin Rosamond. O novaiorquino instalou uma câmeras na janela de sua casa, situada no bairro do Brooklyn a fim de registrar o avanço da torre e a consequente transformação na paisagem urbana da cidade.
Com mais de 540 metros de altura distribuídos ao longo de 100 pavimentos, o novo arranha-céu passa a ser considerado o edifício mais alto do Hemisfério Ocidental, desbancando a Sears Towers, em Chicago.
Confira abaixo o documentário. 


Fachadas falsas marcam casas húngaras do pós-guerra

FOTÓGRAFA ALEMÃ KATHARINA ROTERS EXPLOROU O ASPECTO ORNAMENTAL DAS RESIDÊNCIAS MAGYAR KOCKA
Em sua nova série de documentários fotográficos, a alemã Katharina Roters registra e explora o aspecto ornamental das tradicionais casas húngaras do pós-guerra. Ao longo dos anos, as fachadas destas pequenas residências padronizadas foram decoradas pelos próprios moradores em busca de individualidade.
Comumente relacionado com o regime comunista instaurado após a primeira guerra mundial no leste europeu, o “Magyar Kocka” (cubo húngaro, em tradução livre) é um tipo de construção arregimentada, desenvolvida pelo governo federal e encontrada na maioria das cidades e vilas da Hungria.
A fotógrafa iniciou o projeto em 2003, atraída pelos padrões geométricos das residências. “No processo digital, eliminei dos elementos desnecessários, como cabos de energia, antenas de televisão, etc. Só assim esses ornamentos se transformaram, para mim, em sinais puros, formaram a sua própria tipologia”, conta.



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Concurso selecionará projeto para prédio anexo da Biblioteca Nacional


A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária (CDURP) e a Fundação Biblioteca Nacional promoverão um concurso nacional de arquitetura, que será organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB-RJ), para reformar a antiga Estação de Expurgo de Grãos do Ministério da Agricultura, no Centro do Rio. A proposta é transformar o prédio, que já abriga parte do acervo de periódicos da Fundação Biblioteca Nacional, no mais novo centro cultural da Região Portuária. O lançamento da competição que vai escolher o projeto de intervenção acontecerá no dia 26 de agosto, na sede do IAB-RJ, às 18h30min, e a publicação do edital deve acontecer na primeira semana de setembro.
 
A proposta da Fundação Biblioteca Nacional é transferir toda a sua imensa coleção de periódicos, com exemplares que remontam ao século XIX e alguns títulos raros, revistas e algumas publicações variadas para o antigo prédio do Ministério da Agricultura. Parte da área técnica da instituição também será deslocada para a região portuária. Com a intervenção, a edificação deverá atingir uma área de 30 mil metros quadrados.
 
“Com a requalificação do prédio, os setores de conservação e restauro, microrreprodução e digitalização, datacenter e BNDigital, registros de livros e direitos autorais farão parte da edificação. Além disso, o programa prevê a criação de uma sala de leitura, auditório, espaço de exposições e uma biblioteca de acesso público, configurando um importantíssimo equipamento cultural para a cidade”, explicou Renato Lessa, presidente da Fundação Biblioteca Nacional.
 
Segundo o presidente da CDURP, Alberto Silva, a reforma do prédio anexo da Biblioteca Nacional será importante no processo de revitalização da região portuária, empreendida pela Prefeitura do Rio:
 
“Este núcleo da Biblioteca Nacional é mais um forte exemplo de patrimônio público que era subutilizado, e agora, como parte da revitalização da região, vai servir a pesquisadores, estudantes e ao público em geral como mais um equipamento cultural de alto nível.”
 
A coordenadora do concurso, Norma Taulois, defende a realização de concurso para intervenções em equipamentos importantes como a do Anexo da Biblioteca Nacional. Para a arquiteta, essa modalidade de contratação de projeto permite que o universo dos arquitetos brasileiros pense sobre a proposta mais adequada de trabalho.
 
“A realização de um concurso de arquitetura é a forma mais democrática e transparente para a escolha de projetos de obras públicas. O Porto Maravilha, além de trazer vida a uma região esquecida, reforça a importância histórica do Centro do Rio de janeiro. Nesse contexto, o Anexo da Fundação Biblioteca Nacional vem contribuir como mais um marco da cultura nacional”, afirmou Norma Taulois.
 
Repositório legal de todo o patrimônio bibliográfico produzido em território nacional, o histórico prédio da sede da Fundação Biblioteca Nacional, localizado na Cinelândia, não tem mais capacidade física para abrigar seu crescente acervo. Na década de 1980, a Biblioteca recebeu o prédio da antiga Estação de Expurgo de Grãos do Ministério da Agricultura para ampliar a sua área de armazenamento, mas a capacidade atual está no limite.


Fonte: http://www.caubr.gov.br/?p=30085

O concurso para prédio do Anexo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, terá abrangência nacional! Fique de olho: as bases do concurso serão publicadas no dia 5 de setembro e estarão disponíveis no sitehttp://www.concursoanexobn.iabrj.org.br/



segunda-feira, 25 de agosto de 2014

VIII SIMP - Seminário Internacional em Memória e Patrimônio - Lugares de Memória

Apresentação

A expressão “lugares de memória” concebida pelo historiador Pierre Nora em seus estudos sobre memória e identidade na França em começos da década de 1980 é o que inspirará o ponto de partida deste VIII SIMP.
Esses lugares de memória, são lugares materiais onde a memória social se ancora e pode ser apreendida pelos sentidos; são lugares funcionais porque foram adquirindo a função de alicerçar memórias coletivas e são lugares simbólicos onde essa memória coletiva se carrega de sentidos, se expressa e se revela. 

Os lugares de memória surgem a partir do movimento das minorias, na defesa de suas memórias, no sentimento de que não há memória espontânea. Eles se instituem para evitar o esquecimento, através da ação do Estado, muitas vezes em resposta as reivindicações das comunidades que defendem esses lugares como seus. São por isso, uma construção histórica que expressam uma vontade de memória.

O 8ºSIMP se propõe discutir a noção de lugares de memória, no sentido de ter o cuidado de observar a que coletividades se referem respondendo algumas perguntas básicas tais como: são lugares de que memória ou de que memórias? São lugares de memória de quem e para a construção de que identidades e de que projetos? São lugares representativos das comunidades que os detentam? Como se produz a institucionalização desses lugares? Qual tem sido o uso da noção a partir do proposto por Pierre Nora e que desdobramentos tem tido a mesma depois de trinta anos?

Sem dúvida a existência desses lugares também nos leva a discutir novamente os processos de constituição do patrimônio, da própria evolução do conceito, das representações normativas e por vezes conflitivas da cultura e da diversidade dos grupos e comunidades. 

Nesta oportunidade nos propomos analisar as múltiplas acepções da expressão “lugares de memória”, em seu mais amplo sentido, que inclui os memoriais e os monumentos, os museus e os arquivos, as comemorações e os acontecimentos, as instituições, as tradições culturais e políticas, os objetos de memória, o lugares intangíveis (lugares de memória sonora, gastronômica, dos rituais, paisagens, etc.) lugares que simbolizam memórias políticas, memórias de sofrimento, ou lugares de memória de trabalho, de tradições, de festividade, de religiosidade. 

Programação

Quarta-Feira (05/11)
8h - 12h: Simpósios Temáticos/ Comunicações Orais
14h - 16h: Vídeo Conferência:
Andreas Hyussen (Univ. Columbia, EUA)
19h - 21h: Abertura Oficial do Evento/ Conferência de Abertura:
Ricard Vinyes Ribas (Univ. de Barcelona, Espanha)

Quinta-Feira (06/11)
8h - 12h: Simpósios Temáticos/Comunicações Orais
14h - 16hMesa-Redonda: Museos de Memória e Sítios de Consciência:
Camilo González Posso, Museo de la Memoria, Colombia
Eduardo Jozami, Centro Cultural de la Memoria Haroldo Conti, Argentina
Claudia Feld, IDES, Argentina
19h - 21h: Conferência
Octave Debary, Sorbonne, França

Sexta-Feira (07/11)
8h - 12h: Simpósios Temáticos/Comunicações Orais
14h - 16hMesa-Redonda: Lugares de memória: de Nora à natureza
Maria Eunice Maciel, Universidade Federal de Rio Grande do Sul, Brasil
Janice Gonçalves, Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil
Jozimar Almeida, Universidade de Londrina, Brasil.
19h - 21hConferência
Julián Sobrino,Universidade de Sevilha, Espanha
21h30: Encerramento do Evento

Site do Evento com mais informações e inscricões: http://8simpufpel.wix.com/8simpufpel



domingo, 24 de agosto de 2014

Projeto de restauração do Viaduto Otávio Rocha não é consenso na prefeitura


Projeto de restauração do Viaduto Otávio Rocha não é consenso na prefeitura

Secretarias municipais divergem sobre finalização do projeto de reforma do local, e debates acalorados têm ocorrido, admite vice-prefeito de Porto Alegre

O viaduto Otávio Rocha, motivo de orgulho para Porto Alegre, encontra-se em péssimas condições e precisa de restauro. Essa é a parte consensual. A partir daí, quase que só há dúvidas. Depois de uma década de discussões, moradores, comerciantes e diferentes órgãos da prefeitura ainda não se entendem sobre como, quando, com que dinheiro e de acordo com que modelo de viabilidade a obra será realizada.
O impasse atraiu as atenções na semana passada, com a realização de um seminário de cinco dias promovido pelo movimento de amigos do viaduto e pela associação que reúne os lojistas do espaço. O tema do evento era patrimônio cultural e políticas públicas, mas os organizadores não fazem mistério: a finalidade era colocar o viaduto em pauta e fomentar a pressão para que a recuperação saia do papel. O ponto alto veio no último dia do encontro. O projeto de restauração encomendado há três anos pela prefeitura foi, finalmente, exibido ao público.
Adacir Flores, presidente da associação dos comerciantes, conta ter obtido junto à Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) a autorização para que os planos fossem apresentados.
— Soubemos pelo arquiteto que o projeto estava pronto havia tempo. Mas não tínhamos acesso. A Smov liberou a apresentação e prestigiou nosso seminário. Mas parece que tem alguém na Secretaria de Cultura sentado em cima do projeto, porque acha que ele é ruim — afirma.
O arquiteto responsável, Alan Furlan, diz que entregou o projeto no passado e que recebeu apenas um pedido de alteração, já atendido no primeiro semestre:
— A Secretaria da Cultura está com o material há não sei quantos meses e não se pronunciou. Não sabemos por quê. Na minha opinião, está aprovado.
Três meses para a proposta final
A prefeitura, porém, afirma que o projeto ainda está em finalização pela empresa que Furlan representa, a Engeplus. Quem conduz a questão no município é o vice-prefeito Sebastião Melo. Ele reconhece que há discordâncias entre as secretarias e que foi estabelecido um prazo de três meses para uma proposta final:
— Os permissionários entendem que o projeto está finalizado, mas ele só estará finalizado quando todos os órgãos municipais concordarem. A Smov tem uma visão, a Cultura enxerga de outra forma. Existe essa divergência dentro do governo. Temos tido debates acalorados. Mas o governo não é a Smov e não é a Secretaria da Cultura. Não posso simplesmente dizer que a Cultura não aceitou o projeto. Tenho de apresentá-lo.
Questionado sobre que pontos emperrariam a aprovação, o vice-prefeito sugeriu que ZH questionasse Luiz Antônio Custódio, coordenador da Memória Cultural e responsável pela Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc) do município. O próprio Melo ofereceu o número do celular para contato.
Custódio afirma ter analisado a última versão do projeto dois meses atrás. Em seguida, devolveu o material à Smov, com pedidos de mudança, que diriam respeito a leis e ao caráter histórico do viaduto. Está à espera das adequações.
— Existe uma conversa de que todo mundo está brigando. Mas a verdade é que o projeto não está aprovado. Ou seja, não está pronto. Há uma questão política, mas não quero polemizar, muito menos pelo jornal. Ao fim e ao cabo, a última instância é a Epahc. Não adianta bater boca em público. Todos perdemos.
Como o projeto oficialmente não está pronto, o custo estimado em R$ 33 milhões pela empresa contratada é desconsiderado pela prefeitura. Ainda que moradores e lojistas tenham se mobilizado para buscar patrocinadores, as autoridades municipais dizem que, sem projeto e sem orçamento, não é possível pleitear recursos. Essa é outra dificuldade. No ano passado, a restauração do viaduto estava listada entre as obras que poderiam receber verba do PAC Cidades Históricas. Como não houve uma definição, essa possibilidade não foi adiante. Teria de ser retomada, porque o município não tem recursos próprios.
Outro ponto em debate é garantir que, após o restauro, o viaduto não volte a se degradar. Uma hipótese em estudo é a cedência de um terreno público no Centro em troca da manutenção.
— Não adianta recuperar o viaduto sem remodelar a gestão — diz Melo.
Integrante do movimento criado para defender a obra, Ana Maria Lenz só deseja agilidade na definição:
— Como moradora dos altos do viaduto, digo que a situação é desesperadora. E o projeto conquistou todo mundo.
Intervenção que não convenceu
A restauração do viaduto Otávio Rocha começou a gerar controvérsia em 2004, apenas três anos depois de o monumento ter sido reinaugurado com pompa, em seguimento a demoradas obras de recuperação.
Os trabalhos haviam se estendido de 1997 a 2001. Saíram, na época, por R$ 835 mil. A promessa era que se tratava de uma intervenção profunda. Foram reformados passeios, pisos, revestimentos, esquadrias e instalações hidráulica e elétrica. Também houve restauração da iluminação e reparos na estrutura. Mal a obra terminou, os problemas voltaram com toda a força.
— Foi tudo muito malfeito — critica Adacir Flores, presidente da Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha.
Diante da deterioração, o Ministério Público reagiu com uma ação civil pública para exigir que a prefeitura providenciasse nova obra e garantisse a conservação do viaduto. Em 2011, em primeira instância, a Justiça acatou a argumentação dos promotores e fixou um prazo de nove meses para apresentação de um projeto de restauro. Em caso de atraso, a prefeitura teria de pagar multa de R$ 500 por dia. O processo levou o município a encaminhar uma licitação para elaboração do projeto — apresentado publicamente na semana passada. No entanto, um recurso do município saiu vitorioso no Tribunal de Justiça, em 2012, suspendendo a decisão anterior — o que significa que a prefeitura não tem mais obrigação legal de recuperar o viaduto. O MP recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que ainda não se pronunciou.
— Ao longo dos 10 anos de tramitação do processo, a prefeitura vem fazendo algumas coisas. Quando eles não fazem, é porque não têm dinheiro. Sabemos que é difícil, mas nosso papel é pressionar. Cumprimos esse papel com a ação de 2004, que teve algum efeito — afirma a promotora Annelise Steigleder.
Apesar de tudo, a imponência
Imundo, pichado, rachado, com água a vazar pelos cantos — mesmo assim, o viaduto Otávio Rocha continua a exibir uma imponência sem igual em Porto Alegre. Trata-se de uma grandiosidade que atravessa fronteiras. Cenário frequente de comerciais, ele produziu uma das imagens mais divulgadas da última Copa do Mundo, a de milhares de torcedores holandeses marchando sob suas arcadas.
A estrutura exerce fascínio porque é a obra mais arrojada que já se realizou em Porto Alegre, capaz de ainda hoje causar admiração e espanto em especialistas. Para entender sua importância, é preciso lembrar que a península na qual os açorianos começaram a povoação de Porto Alegre era atravessada em seu miolo por um morro cujo topo ficava na atual Rua Duque de Caxias. Para deslocar-se diretamente de uma margem à outra, durante um século e meio, os porto-alegrenses precisavam encarar uma penosa escalada.
Por isso, durante muito tempo o desenvolvimento da cidade se deu em uma das faces da colina, em direção ao cais. Mesmo no século 20, a topografia da área central ainda era um problema. Incapazes de vencer o aclive, bondes precisavam contornar toda a península, mesmo caminho imposto ao trânsito de mercadorias.
O viaduto foi projetado para superar essa limitação. A ideia era rasgar o morro e criar no espaço conquistado à pedra uma avenida moderna — a Borges de Medeiros — ligando as duas faces do Centro e facilitando o acesso à Cidade Baixa e à Zona Sul. Entre 1928 e 1932, abriu-se a montanha ao meio com dinamite, uma via estreita que concentrava crimes e prostituição foi apagada do mapa e dezenas de prédios sumiram em quarteirões desapropriados. No lugar, surgiu a avenida mais importante da cidade, a Borges. E sobre ela, no que antes era morro, erigiu-se em concreto, como símbolo de uma nova era para a cidade, o portentoso viaduto em estilo neoclássico — tombado desde 1988 como patrimônio histórico do município.
O que prevê o projeto
O arquiteto Alan Furlan concebeu uma proposta de restauro que recuperaria caraterísticas originais do viaduto:
– Iluminação — Segundo pesquisa do arquiteto, na época do inauguração o viaduto era o ponto mais luminoso da cidade. Ele propõe uma iluminação intensa e automatizada, controlada por computador, que permite trocas de cor.
– Escadarias e banheiros — Por dentro do viaduto, atualmente fechadas, existem quatro escadarias que fazem a ligação entre a parte interior e a superior. Elas seriam recuperadas e reabertas. Também seriam reabertos os quatro banheiros existentes na estrutura.
– Segurança — Para esse fim, seria criada uma sala específica, de onde seriam monitoradas as câmeras a ser espalhadas no viaduto.
– Memorial — Um dos espaços na parte inferior seria convertido em memorial, para contar a história do monumento.
 Aço e vidro — Todas intervenções que não faziam parte do projeto original serão em aço e vidro, para indicar marcar a diferença.
– Materiais originais — A intenção é se aproximar ao máximo do que o viaduto era no momento da inauguração. A promessa é que os materiais usados originalmente em revestimentos, pisos e aberturas sejam reincorporados.





Pichações, sujeira e falta de manutenção incomodam quem espera que o viaduto volte à beleza originalFoto: Léo Cardoso / Agencia RBS

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica 2014

Sobre o Prêmio

Desde 1959, a Organização Odebrecht patrocina iniciativas que valorizam o patrimônio artístico e cultural do Brasil e de outros países em que atua. Destinando recursos à realização de projetos de grande projeção ou de alcance local, dentro e fora do espaço acadêmico, contribui para a dinamização da vida cultural em suas diferentes esferas e aspectos e promove a afirmação de identidades diversas e a celebração de valores universais. Assim, estimulando a preservação e a propagação da memória, cumpre o papel de incentivar a evolução cultural da sociedade, como determina sua política de sustentabilidade.
Instituído em 2003, O Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares é conferido anualmente a um projeto de pesquisa que contribua significativamente para um maior entendimento da formação econômica, sociopolítica ou artística brasileira. Visando incentivar e enriquecer a produção historiográfica nacional, a Odebrecht provê ao vencedor as melhores condições para a realização de seu projeto, incluindo pagamento de direitos autorais e o custeio de todas as despesas necessárias à realização e ao registro da pesquisa. Os conhecimentos gerados são consolidados em um livro de arte, cuidadosamente editado e ricamente ilustrado, distribuído a bibliotecas e outras entidades ligadas à cultura no Brasil e no exterior.









segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Centro da Catedral St. James / architectsAlliance


Arquitetos: architectsAlliance
Localização: 65 King Street East, Toronto, ON M5C 1G3, Canadá
Arquiteto Responsável: Peter Clewes
Associado: Heather Rolleston
Arquiteto Do Projeto: Robert Cadeau
Equipe De Projeto: Masoud Mahboubullah, Javier Viteri
Área: 2355.0 m²
Ano Do Projeto: 2012
Fotografias: Tom Arban
Arquitetos De Patrimônio: ERA Architects Inc


Engenheiro Estrutural: Blackwell Bowick
Instalação Mecânica/Elétrica: Lam & Associates Ltd
Luminotécnico: Lynch Commiso Architects Ltd
Revestimento: Coffey Geotechnics Inc. 
Paisagismo: NAK Design Strategies
Arqueologia: Archaeological Services Inc.
Cozinha: LTD Consulting Group
Cliente: Rob Saffrey, Diretor de Finanças da Igreja Catedral de Ingreja Anglicana St. James do Canadá


Do arquiteto. O novo Centro da Catedral de St. James está nos arredores da Catedral. Esta é a sede administrativa para a Diocese da Igreja Anglicana de Toronto, descrita pelo jornalista Christopher Hume como "uma maravilha de simplicidade e beleza cristalina", o projeto permitiu a Diocese a embarcar no terceiro século de cuidados pastorais e espirituais no centro de Toronto.
Elementos arquitetônicos contemporâneos e de patrimônio são integrados de maneira orgânica através de uma interpretação contemporânea dos princípios da forma construída e organização espacial que regem a Catedral de 1854. As reformas estratégicas nos interiores criaram espaços mais eficientes e flexíveis, que abrigam um salão de reuniões públicas, salas de sensibilização da comunidade, os Arquivos Diocesanos e a Biblioteca, escritórios administrativos e apartamentos residenciais para o clérigo e visitantes.
O caminho ajardinado entre o Centro e a parcela norte da Catedral conecta os edifícios e cria um espaço aberto contemplativo entre a agitação da Church Street e o arborizado St. James Park. Durante a noite, o Centro iluminado se torna transparente, derramando luz para a praça e o Parque - uma bela metáfora para a Catedral como um farol na comunidade.
A Catedral de St. James é o centro de adoração da Diocese Anglicana de Toronto. A primeira igreja no local foi construída em 1807, e serviu como um hospital durante a Guerra de 1812. A catedral atual, projetado em estilo neogótico por Frederick William Cumberland, foi inaugurada em 1853. É um património designado e um marco duradouro no bairro de St. Lawrence de Toronto.
A Casa Paroquial da Catedral, que abriga programas de administração e de sensibilização da Diocese, foi construído em 1910 a partir de projeto de Darling & Pearson Architects, e ampliado em 1958 por Mathers & Haldenby Architects. Em 2000, a unidade tinha manifestado problemas estruturais e de manutenção urgentes. A Diocese encomendou ao arquiteto uma expansão e adição nos programas de restauração para abordar estas questões, além de configurar espaços para o aumento da demanda em seus programas de sensibilização. Posteriormente, o programa cresceu para incluir sede para o Deão da Catedral, acomodações para o clero e os pesquisadores visitantes e os Arquivos Diocesanos. O tecido histórico da Casa foi mantido, e três níveis de novas construções foi atado a ele. O renomeado Centro da Catedral de St. James foi inaugurado em maio de 2012.
Apesar da aparência decididamente moderna, o Centro realiza sintonia com a Igreja, oferecendo uma interpretação contemporânea dos princípios da forma construída e organização espacial que informam a estrutura do patrimônio. A luz característica e os arejados interiores da arquitetura neo-gótica encontram expressão moderna do anexo altamente transparente, o que conduz a luz do dia no núcleo da Casa Paroquial renovada e ampliada.
O novo anexo é revestido de uma camada de vidro com nervuras horizontais apoiadas sobre uma estrutura de aço inoxidável. As colunas de aço estrutural que suportam o novo edifício está afastado da parede de vidro, o que lhes permite ser interpretado como mais um elemento de projeto. A nova estrutura, contrasta com a solidez e a massa da Catedral. No entanto, a experimentação do arquiteto com luz e estrutura aparente é claramente influenciada pelos montantes e contrafortes da catedral gótica.


"Centro da Catedral St. James / architectsAlliance" [St. James Cathedral Centre / architectsAlliance] 11 Jul 2014. ArchDaily. Accessed 18 Ago 2014.





















© Tom Arban