sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Aprovado o tombamento de 200 casarões em Minas

Uma parte importante da história da colonização de Minas Gerais agora está protegida. Em reunião ontem, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) aprovou o tombamento definitivo de cerca de 200 imóveis que integram o Centro Histórico de Oliveira, no Centro-Oeste do estado. Além do casario, a decisão contempla o entorno do local, devido a seu valor histórico. A deliberação do Conep pôs fim a um processo que durou 19 meses, pois a prefeitura de Oliveira queria discutir mais a questão e em março do ano passado, quando o tombamento provisório foi aprovado, recorreu da decisão.
No recurso, a prefeitura alegou que o tombamento estava sendo feito à revelia da população e ainda questionava o tamanho da área do entorno incluída no processo de proteção do patrimônio histórico e cultural, entendendo que a abrangência do perímetro tombado deveria ser menor. Analisados os argumentos, o Conep, órgão ligado ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), referendou ontem o tombamento provisório.
Para a arquiteta Rosana Marques, gerente de patrimônio material do Iepha e uma das responsáveis pela elaboração do parecer que embasou a decisão, “a opção do Iepha pelo tombamento coletivo permitirá a proteção mais efetiva dos casarões e também do entorno”. Ela acrescentou que o conjunto “tem um expressivo valor arquitetônico, histórico, paisagístico e urbano”.
Rosana lembrou que os primórdios da fundação do município de Oliveira datam do começo do século 18, quando bandeirantes e aventureiros que seguiam do Rio de Janeiro em busca do ouro encontrado nos sertões de Goiás passavam pela região onde hoje está a cidade. O trajeto percorrido pelos bandeirantes, que ficou conhecido como Picada de Goiás, contribuiu para o surgimento de inúmeras povoações em Minas, entre as quais Oliveira.

Povoação primitiva
Em seu voto, que levou ao tombamento do conjunto histórico e arquitetônico, o relator Carlos Henrique Rangel acentuou que no município ainda hoje “é possível observar o traçado original da primitiva povoação, os elementos arquitetônicos mais característicos de sua trajetória ao longo dos séculos 18, 19 e 20, como os casarões e sobrados oitocentistas em pau-a-pique e adobe e as edificações em tijolo e concreto ao gosto neoclássico, ecléticas, art déco e modernos”. Procurada, a prefeitura de Oliveira não quis se manifestar sobre o assunto, alegando que ainda não foi comunicada oficialmente da decisão do Conep.
Muitos casarões incluídos no conjunto arquitetônico estão em péssimas condições de preservação e há pelo menos três anos o Iepha e o Ministério Público se esforçam para que os donos desses imóveis restaurem os imóveis. Um dos exemplos mais conhecidos é o Casarão da Figuinha, que ficou abandonado por muitos anos e corre o risco de ruir.

Saiba mais: Picada de Goiás Nos primeiros anos do século 18, com a descoberta de ouro em Goiás, bandeirantes e aventureiros vindos do Rio de Janeiro cortaram caminho por Minas Gerais para chegar até os garimpos em solo goiano. Nesse traçado às margens dos rios e no meio do mato, começaram a surgir pequenas povoações, locais que serviam de pouso e entreposto de venda de alimentos para  exploradores, pois a viagem durava aproximadamente três meses. Alguns historiadores consideram a Picada de Goiás o primeiro caminho oficial aberto em Minas. Com o passar do tempo, os povoados surgidos às margens desse caminho se desenvolveram e acabaram se transformando em distritos ou cidades. Entre os municípios mineiros que se originaram da Picada de Goiás, além de Oliveira, podem ser citados Bambuí, Itapecerica, Pitangui, Leopoldina, Piumhí, Patos de Minas e Paracatu.Por Álvaro braga

Fonte: em.com.br

Fonte da matéria: http://defender.org.br/2013/11/01/aprovado-o-tombamento-de-200-casaroes-em-minas/












Conselho Estadual do Patrimônio Cultural aprovou tombamento definitivo de imóveis no Centro Histórico

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