sábado, 4 de maio de 2013

O outro lado de 1922

Apesar de ser lembrado no Brasil como o ano da Semana de Arte Moderna de São Paulo, 1922 também foi palco de outro grande evento internacional. A “Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência” dominou as ruas do Rio de Janeiro e chamou atenção do resto do mundo. Noventa anos depois, uma exposição revela ao público a importância e a riqueza desta mostra arquitetônica que, mesmo esquecida no tempo, ainda possui rastros pela cidade, como os prédios da atual Academia Brasileira de Letras e do Museu da Imagem e do Som. A mostra que reúne fotografias da época estreia no dia 8 de maio, no Centro Cultural Correios. 
A chamada ’90 anos da exposição do centenário’ ocupa duas salas do CCC e pretende mostrar os preparativos da capital fluminense para receber o evento. Segundo a historiadora da arte e curadora da mostra, Ruth Levy, o clima de outrora não foi muito diferente da correria que presenciamos hoje com várias obras feitas às pressas, visando a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Concebida inicialmente como mais uma exposição nacional, acabou se tornando internacional, com a participação de países como França, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, México, Itália e Bélgica.
Mais de 20 pavilhões foram construídos, além de duas portas monumentais e um parque de diversões. O evento teve início no dia 7 de setembro de 1922 e contou com a primeira transmissão de rádio realizada oficialmente no Brasil. Nela, um discurso proferido pelo Presidente da República, Epitácio Pessoa, pôde ser ouvido pelo povo na praça em frente ao Palácio das Grandes Indústrias e foi transmitido também para outras cidades como Petrópolis, Niterói e São Paulo.
Segundo Levy, as transformações na malha urbana da cidade foram significativas à época. “Pode-se dizer que muito do desenvolvimento do centro do Rio está intimamente relacionado à realização desse evento”. O conjunto formado pelo Antigo Arsenal de Guerra, a Casa do Trem e o Forte do Calabouço que abrigou, depois de reformado e adaptado, o Pavilhão das Grandes Indústrias, por exemplo, é hoje um importante pedaço do patrimônio arquitetônico-cultural carioca, atual sede do Museu Histórico Nacional.

Modernismos rivais 
Distribuída pelos imensos palácios construídos em pleno centro da cidade, que incluía o espaço recém-conquistado com o desmonte do Morro do Castelo, a “Exposição do Centenário” serviu de vitrine para apresentar os progressos da nação e os encantos da Cidade Maravilhosa. No entanto, a importância da mostra, que durou dez meses e mudou a rotina dos cariocas, acabou se perdendo em meio aos alardeios da Semana de 1922. Prédios foram construídos para sediar o evento e a intenção era de que fossem demolidos depois. Mas a maioria permaneceu de pé e hoje servem como ícones da arquitetura do período.

Continua o texnto no link: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/agenda/o-outro-lado-de-1922

Serviço:
Exposição 1922/2012 - 90 ANOS DA EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO
Visitação: de 9 de maio a 9 de junho de 2013.
Horário de visitação: de terça a domingo, das 12h às 19h.
Entrada franca
Local: Centro Cultural Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - RJ

















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