segunda-feira, 29 de abril de 2013

Salvador (BA) – Beleza e abandono na Península de Itapagipe

Tão bela e tão abandonada. Esta é a sensação de inúmeros moradores, líderes comunitários e visitantes da península de Itapagipe. A região tem belezas naturais e patrimônio cultural que evidenciam seu forte potencial turístico, como a Ponta do Humaitá e a Igreja do Bonfim.
A Comissão de Articulação e Mobilização dos Moradores da Península de Itapagipe (Cammpi)  aponta diversos problemas, entre os quais alagamentos, insegurança, ocupação irregular e poluição sonora. Segundo lista da Superintendência de  Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), feita no ano passado, três dos dez bairros mais barulhentos estão na região.

“Suburbanização” - Há também a poluição visual, expressada, dentre outras coisas, pela série de galpões abandonados em sua orla. “As duas requalificações que estão acontecendo são privadas: a ‘suburbanização’ e a redefinição do espaço”, criticou o antropólogo e morador Roberto Albergaria.
Para a escritora Cecy Ramos, que aos 79 anos é considerada uma “guardiã” de Itapagipe, o governo local não dá a importância devida à região. “O turismo só vai até o Bonfim. Mas, tem outras áreas bonitas”, afirma  dizendo-se uma eterna “encantada” por Itapagipe.
Para a Camppi, o ideal seria que até 2014 (ano da Copa e de muita visibilidade para a cidade) houvesse a real valorização das belezas naturais por meio da preservação sustentável. E também melhor gestão do espaço urbano, incluindo valorização de áreas degradadas. Após três tentativas de planejar a requalificação, rejeitadas pela população, o poder público  possui apenas planos de intervir pontualmente. O projeto mais ambicioso integra o plano de requalificação da orla da cidade, cujos detalhes ainda não foram revelados.
Para o arquiteto Paulo Ormindo, do jeito que está, Itapagipe foi transformada  em uma “extensão do porto e dos Alagados”, sendo urgente uma  requalificação. É necessário o poder público agir mais localmente, recuperando espaços públicos e retirando os contêineres dos galpões. “É uma atividade que não faz sentido em um bairro tradicionalmente residencial”, argumenta.
Proprietária de um dos empreendimentos considerados revitalizadores da área, a secretária municipal de Ordem Pública Rosemma Maluf acredita que a península possui uma série de potencialidades inexploradas e deve ter uma atenção maior do poder público.
“Itapagipe tem uma riqueza fantástica. Mas falta a presença do poder público. Se depender de mim, a região terá atenção especial”, afirma. Segundo ela, para que seja definido um plano de requalificação urbana no local, é necessário aguardar o modelo que será definido pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), atualmente sub judice. “A exploração do empresariado é bem-vinda, mas deve ser feita com critérios”, diz. Por Raíza Tourinho

Fonte da Notícia: http://defender.org.br/ 














Vista aérea da peníncula. Carlos Casaes | Ag. A TARDE

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