segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PR – Restauração do Casarão Amazonas não sai do papel

O imóvel que representa parte de nossa história necessita de uma atenção especial e urgente. A casa foi cedida pela prefeitura de União da Vitória em comodato para a Fafiuv, porém um documento elaborado pela Instituição devolve o patrimônio à administração.

Com o passar do tempo às faces da obra da Casa da Família Amazonas pedem urgentemente sua restauração. O imóvel localizado no Distrito de São Cristóvão e que representa parte de nossa história necessita de uma atenção especial.
A casa, há cinco anos, foi cedida pela prefeitura de União da Vitória, na gestão do então prefeito Hussein Bakri, em comodato para a Fafiuv, na gestão do diretor daquele ano Eloy Tonon. Porém, um documento elaborado em agosto deste ano pela Instituição devolve o patrimônio à administração. O documento oficializando a devolução tem data de 8 de agosto. Quase três meses depois a devolução ainda não foi formalizado nem ocorreu de forma oficial.

Sonho da restauração
O diretor da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras (Fafiuv), Valderlei Garcia Sanches, ao assumir a direção havia compartilhado com os moradores de União da Vitória e região que o sonho da restauração da Casa da Família Amazonas seria uma luta para se tornar realidade. Tamanha foi a vontade que em novembro de 2009 o diretor da Fafiuv, acompanhado do contador da Instituição, Edson da Silva, e do presidente da Associação dos Amigos do Trem (AAT), Marcelo Roveda, se deslocaram a Brasília para uma audiência com o então deputado federal Airton Bernardo Roveda.
A audiência foi mediada pelo presidente da AAT. Roveda mostrou-se solicito para com a reforma da Casa Amazonas. De acordo com Valderlei, ele disse que pela situação em que a casa se encontra (deteriorada) o investimento para a reforma seria alto. Seria necessário fazer uma restauração geral, mantendo a arquitetura original. A restauração completa, com tudo o que se pretendia fazer, ultrapassaria os R$ 200 mil. O orçamento foi apresentado juntamente com o projeto de restauração elaborado pela Instituição e entregue para o deputado.
Com o projeto em mãos Roveda comunicou ao diretor sobre a liberação de uma emenda no valor de R$ 160 mil para a efetuação da restauração da Casa Amazonas. A restauração teria início ainda em 2010. Porém, segundo Valderlei, a emenda não foi liberada.
O diretor da Fafiuv comenta ainda que desde que assumiu a direção da Instituição dedicou-se juntamente com o Colegiado de História na elaboração de projetos que viabilizassem apoio financeiro para a restauração. A Instituição buscou ajuda junto de ONGs, Governo Estadual e Federal, iniciativa privada (empresários da região), inclusive com o Exército. “Infelizmente não logramos êxito em nosso objetivo. Como a Fafiuv não possui recursos próprios para tal fim, tornou-se totalmente inviável o projeto de restauração”.
A intenção seria a de transformar o local em um arquivo histórico. Também em uma das salas, montar um museu com peças antigas que marcam a história do povo de União da Vitória e disponibilizar materiais para consultas. “Devolvemos a casa para a administração de União da Vitória em virtude da indisponibilidade de verbas para sua restauração, infelizmente”, desabafa.

Próximo ano
Há dois meses para o término de 2012, tudo indica que a restauração do patrimônio deve acontecer no próximo ano.

A história
Conforme relatos do professor do Curso de História da Fafiuv, Ilton César Martins, o Cel. Amazonas de Araújo Marcondes nasceu no dia 17 de dezembro de 1845 e faleceu em 23 de dezembro de 1924.
Sua chegada em nossa terra está datada em 1880, que logo comprou a Fazenda Passo do Iguassú. Ao participar do processo de apropriação dessa região, o Cel. Amazonas consolidou o povoado e, consequentemente, a cidade de Porto União da Vitória.
A possibilidade que teve de explorar o Rio Iguaçu com seus vapores, concedida através do Decreto Imperial nº 7248 de 19 de abril de 1879 nos fornece uma boa dimensão do impacto de sua presença na região.
Politicamente, Cel. Amazonas participou ativamente do processo de criação em 1890 da Intendência Municipal de União da Vitória, separando-se de Palmas. O fato aconteceu por meio do decreto nº 54 de 27 de março, sendo que este eleva a categoria de Vila a então freguesia de União da Vitória. Na mesma data surge o decreto nº 55, que cria a Intendência Municipal de União da Vitória. Já no dia 4 de maio de 1890, a sessão solene de instalação da Intendência, tendo por intendente o Sr. Amazonas de Araújo Marcondes. Por Wannessa Stenzel


 













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