O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por
meio da sua Superintendência em Rondônia, vem realizando, desde 2008, o
acompanhamento das atividades de pesquisa e resgate arqueológico na
Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, um dos empreendimentos realizados
pelo Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
O empreendimento, instalado no Rio Madeira, em Porto Velho-RO, seguiu
os trâmites do licenciamento ambiental, realizando as pesquisas
relativas ao patrimônio arqueológico e submetendo os relatórios parciais
regularmente para avaliação pelo Instituto.
Para Beto Bertagna, superintendente do IPHAN em Rondônia, as
pesquisas, ainda em andamento, já revelaram novos horizontes culturais
para o Estado de Rondônia. “Neste sentido, a Superintendência do IPHAN
continuará a fiscalizar, deliberar e promover o patrimônio histórico e
arqueológico inserido dentro da área da Usina de Santo Antônio, bem como
dos demais empreendimentos instalados no Estado, mantendo seu papel
institucional, salvaguardando a Memória Nacional e corroborando para com
a contínua formação da identidade cultural brasileira.”
Resgate
As pesquisas na UHE Santo Antônio identificaram 58 sítios arqueológicos, sendo 43 pré-coloniais e 15 sítios históricos. Por sítio arqueológico pré-colonial, entende-se que são aqueles anteriores ao processo de colonização, ou seja, no caso brasileiro, anteriores ao ano de 1500. Todavia, os sítios identificados como posteriores a 1500 e que neles, necessariamente, tenham ocorrido processos de influência europeia, são conhecidos como sítios arqueológicos históricos como o Forte Príncipe da Beira, por exemplo.
As pesquisas na UHE Santo Antônio identificaram 58 sítios arqueológicos, sendo 43 pré-coloniais e 15 sítios históricos. Por sítio arqueológico pré-colonial, entende-se que são aqueles anteriores ao processo de colonização, ou seja, no caso brasileiro, anteriores ao ano de 1500. Todavia, os sítios identificados como posteriores a 1500 e que neles, necessariamente, tenham ocorrido processos de influência europeia, são conhecidos como sítios arqueológicos históricos como o Forte Príncipe da Beira, por exemplo.
Para o arqueólogo do IPHAN, Danilo Curado, “a região compreendida
pelo empreendimento, o alto Rio Madeira, consiste de alta relevância
arqueológica e antropológica, assistindo às discussões que vão desde a
dispersão dos povos falantes do Tupi até a domesticação de alimentos
como a mandioca e a pupunha. Neste processo ocupacional da região, são
objetos de pesquisa as afamadas Terras Pretas Arqueológicas até a
transformação dos biomas da Amazônia brasileira e do Cerrado”, informa o
arqueólogo.
Datações
Até o momento, 32 datações foram realizadas nos sítios pesquisados, atingindo a marca de 8.120 anos antes do presente (AP) para o Sítio Boa Vista e 8.740 anos (AP) para o Sítio Vista Alegre I.
Até o momento, 32 datações foram realizadas nos sítios pesquisados, atingindo a marca de 8.120 anos antes do presente (AP) para o Sítio Boa Vista e 8.740 anos (AP) para o Sítio Vista Alegre I.
O primeiro, contendo alta concentração de material cerâmico (com
variedades de formas e decorações) e baixa concentração de material
lítico (pedra polida e/ou lascada) encontra-se em área de pasto e
plantio, o que o expunha ao risco de depredação acentuado. Possuindo
artefatos arqueológicos da superfície até aproximadamente um metro de
profundidade, o sítio é do tipo habitação.
O segundo, de datação mais antiga, representa algo comum aos sítios
arqueológicos de Rondônia. Talvez por motivos de excelência e qualidade
ambiental, a área do sítio foi por mais de uma vez ocupada, sendo-a na
época pré-colonial e, também, em momentos mais recentes, no período
histórico. Quanto ao mais antigo, o sítio foi continuamente habitado,
destacando artefatos cerâmicos e líticos, além de algumas estruturas de
combustão (fogueiras). Para o período histórico, foram identificados
artefatos de louça, vidro e metal, todos datados do século XIX.
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